Pessoal, segue abaixo informação tirada de outro forum , sinceramente tem uma certa lógica nisso! eu particularmente vou continuar utilizando o 0W20 no meu HC 2005
Bem, existem muito "mitos" sobre lubrificação, e após muito ler e pesquisar em sites gringos sérios sobre o assunto, vou repassar o que aprendi. Não sou o dono da verdade, apenas repassarei o que li e foi escrito por engenheiros químicos e pessoal da área automobilística.
Salientando que esses "mitos" existem não só no Brasil, mas também lá fora. Por exemplo, até hoje tem gente na Europa que acha que precisa usar um "óleo de inverno" e outro "óleo de verão", coisa que não faz mais sentido há mais de 20 anos por conta dos óleos multiviscosos.
Antes, uma palavra sobre o "novo" óleo 0W20 da Honda: Esse "novo" óleo da Honda na verdade é o óleo oficial da mesma há mais de 10 anos pois é usado nos EUA desde 2000 ou 2001 (não lembro a data certa). Ou seja, já foi usado por milhões de carros e usuários há mais de uma década, e foi formulado especialmente para a Honda para uso não só nos EUA, mas no mundo todo.
Aqui no Brasil só chegou agora (na minha humilde opinião, posso estar errado) por simples questão de mercado: Em 2000 ou 2001 um sintético 0W20 acho que nem existia no nosso país (e se existia deveria ser caríssimo e difícil de achar em todo lugar) e a Honda acabou fazendo um contrato com a Castrol pra produzir por aqui o mineral 10W30 que deveria sem dúvida sair bem mas barato e atendia bem às especificações.
Mas vamos aos "mitos"!
Óleo "fino" não é bom pra clima quente:
Bem, quase todo mundo acha que, por viver em clima quente, precisa de um óleo "mais grosso". Bem, isso simplesmente não é verdade!
Acho que todos sabem que os óleos atuais são multiviscosos, e que o número antes do W é a viscosidade do óleo na temperatura ambiente e o número após o W é na temperatura de trabalho do motor. Até aí tudo bem, certo?
Vamos primeiro falar da viscosidade "a frio", ou seja, na temperatura ambiente (o número antes do W):
O número antes do W deve ser SEMPRE O MENOR POSSÍVEL E DE PREFERÊNCIA, 0 (ZERO), pois significa que, ao ligar o motor, o óleo estará fino o suficiente para chegar rapidamente a todas as partes do motor, evitando o temível desgaste na partida que atualmente é responsável por boa parte do desgaste do motor (uns falam em x%, outro falam e y% mas não vou entrar nesse assunto pois nunca li nada conclusivo). Sem falar que atualmente as pessoas ligam o carro e já saem andando, ao contrário de antigamente quando deixavam o carro esquentar um pouco.
Aqui, temos uma diferença com relação ao clima: Se vc mora no Alaska, TEM que usar um óleo 0Wx pois na partida o seu motor estará na temperatura ambiente, e se estiver por exemplo -10 graus, um 0Wx não estará muito viscoso. Agora, se vc mora na África e está 40 graus, vc PODE usar um 10W ou mesmo 20W pois o óleo não estará muito viscoso nesta temperatura já que o óleo também estará a 40 graus na partida.
Só que, mesmo na África, NÃO TEM NENHUM PROBLEMA USAR UM 0Wx! Afinal 40 graus ainda é menos da metade da temperatura de trabalho de um motor, ou seja, o óleo estará perfeitamente dentro da viscosidade ideal. Na verdade, mesmo na África um 0W ainda é MELHOR que um 20W pois chegará ainda mais rápido em todas as parte do motor. Mas vc pode usar o 20W sem problemas.
Agora, vamos ao número depois do W (e maior fonte de confusão):
Esse número diz a viscosidade do óleo na temperatura média do motor, que é uns 95 graus num carro de passeio, podendo variar um pouco pra cima ou pra baixo dependendo do carro e da solicitação (existem partes do motor que atingem bem mais que isso, mas o óleo passa ali muito rapidamente e não chega a aquecer tanto).
Muita gente acha que em um clima, quente, um óleo "fino" como um 0W20 "afina demais" e pode "perder o filme". Nada mais errado.
Acontece que, dentro do motor, NÃO INTERESSA SE VC ESTÁ NA ÁFRICA OU NO ALASKA. O motor tem um sistema de arrefecimento que garante a temperatura ideal, então, o motor sempre estará lá nos seus 95 graus, seja no Alaska ou África! Portanto, não faz o mínimo sentido achar que, por estar dirigindo com o é embaixo sob um sol abrasador de 40 graus seu óleo vai "afinar mais" do que dirigindo a -10 graus no meio da neve. SEU MOTOR ESTARÁ NA MESMA TEMPERATURA, SEMPRE! Se não estiver, seu carro está como problemas sérios no sistema de arrefecimento e o óleo não a mínima tem culpa se esquentar demais ou de menos e passar do seu limite de funcionamento e fritar ou criar borra!
Portanto, NÃO INTERESSA QUAL É A TEMPERATURA EXTERNA quando o motor está aquecido, e por isso não interessa se vc usa um xW20 ou xW40. Desde que vc use o óleo DENTRO DA ESPECIFICAÇÃO CORRETA, não há problema algum.
Só para ilustrar isso: Note que nos EUA há muitas regiões muito quentes, como Flórida, Texas, Arizona, Novo México, Califórnia, com imensos desertos e temperaturas de 30 ou 40 graus em boa parte do ano. Mesmo New York pode chegar a 30 graus no verão! E lá a Honda só usa 0W20 há mais de uma década, sem problemas.
Agora, se formos falar de carros esportivos, a coisa pode mudar. Alguns esportivos por exemplo recomendam o uso de 0W40, pois a temperatura externa do motor pode superar os tais 95 graus. Mas aí é outra história (e mesmo assim, a Ferrari por exemplo diz que pode usar 0W30 sem problemas)
Mudar o óleo em motores rodados sempre dá problema:
A regra de ouro é: DESDE QUE VC USE UM ÓLEO DENTRO DA ESPECIFICAÇÃO DO FABRICANTE, NÃO HÁ PROBLEMAS!
Seu carro está com 100 mil kms, vc usava mineral 10W30 e passou para sintético 0W20? Desde que o fabricante recomende ambas as viscosidades, não é pra ter problema nenhum! O que PODE acontecer as vezes é um consumo maior do óleo novo por conta das folgas do motor mais gasto, mas nada além disso.
Agora, se o fabricante recomenda explicitamente 20W40 e vc muda para um 0W20, aí SIM podemos ter problemas, até mesmo fundir o motor! Tudo sempre gira em torno da viscosidade recomendada. (Lembrando que não só viscosidade, mas aditivação: Não dá pra usar um velho óleo SF se o fabricante exige um SL. Atenção!!!)
Eu por exemplo tenho um Accord 3.0 2005 que até os 83 mil kms só usava o mineral 10W30 da Honda, trocando a cada 5 mil kms e notava que o oleo baixava um pouco (chegava a uns 2/3 entre as duas marcas). Agora que esse óleo não existe mais, troquei por um Shell Ultra-E sintético 5W30 e mesmo já tendo rodado 7 mil kms, (vou passar a fazer troca com 10 mil), o óleo não baixou nada, ou seja, aconteceu justo o CONTRÁRIO da crença popular: O óleo mais fino está queimando MENOS!
Passo dos 100 mil kms, tenho que usar óleo "mais grosso":
Não necessariamente, aliás, quase nunca!
Regra de ouro: Sempre use o óleo recomendado! Se o seu carro começar a queimar muito óleo, é sinal de que está com problemas, e um óleo mais grosso só vai mascarar isso. Pode até ajudar a diminuir despesas completando óleo, mas uma hora ou outra vc vai ter que mexer no motor.
Eu também tenho um Civic 1992 com 245 mil kms rodados e uso o mesmo óleo Mobil 15W40 que uso há anos e sempre trocando a cada 5 mil kms, sem precisar completar. Detalhe: Até há uns 5 anos usava um óleo mais grosso, o Havoline 20W50, ou seja, de novo troquei por um óleo mais fino em um motor super-rodado, e sem problema algum, nem mesmo de consumo de óleo!
Trocar de mineral pra sintético pode dar borra, precisa fazer flush:
Muita gente (até mecânicos!) acham que, se trocar de um tipo pra outro, pode entupir o motor pois o sintético "limpa melhor" e aí as "cracas" podem soltar e entupir o motor. Daí tem que fazer flush, limpar e etc.
Sinceramente, se vc estudar a especificação API, isso não faz sentido!
Essa especificação formula os aditivos e é INDIFERENTE para óleos sintéticos ou minerais, ou seja: Um mineral API SL vai ter a mesma aditivação de um sintético API SL, ou seja, os aditivos (pelo menos os de limpeza e controle de borra) são os mesmos. O que muda é a base do óleo, mineral ou sintética, mas não a aditivação (Se isso não ocorrer, então essa norma API é completamente furada e mentirosa!!!)
Portanto, mudar de mineral pra sintético ou vice-versa por si só não muda nada na limpeza do motor, o que interessa é a aditivação. Se vc manter a mesma aditivação não tem problema algum (Lembrando que eu mudei de mineral para sintético no meu Accord com 83 mil kms e depois de 8 anos de uso).
O que não é aconselhável fazer é pegar um motor que há 100 mil kms usa um API SF e botar um API SM... Aí sim TALVEZ possa dar problema. O aditivo mais forte pode soltar as "cracas" e talvez provocar entupimento. Especialmente se o dono não trocava nos prazos corretos.
Aqui temos a seguinte regra de ouro: NENHUM ÓLEO CRIA BORRA! O QUE CRIA BORRA É USAR ÓLEO ERRADO (FORA DA ESPECIFICAÇÃO) E/OU ÓLEO VENCIDO!!!
Existem carros que rodam 200 mil kms sem borra nenhuma, e outros que com 50 mil kms estão entupidos de borra. Se não for defeito de projeto do motor ou erro de especificação de óleo (tem casos assim, como o motor do Marea e o meio grosseiro erro de especificação do lubrificante do Gol há pouco tempo), certamente é defeito do DONO DO CARRO, que botou óleo fora da especificação ou então, esquece que existe um negócio chamado USO SEVERO (vem escrito no manual!) que obriga a trocar o óleo na metade da km, só que o distinto dono continua trocando na km normal ou muitas vezes até ultrapassa a mesma. Aí, não dá!!! É borra na certa.
Ou seja: O óleo que deveria ser trocado aos 10 mil kms normalmente, deve ser trocado a 5 mil kms em uso severo, mas o dono deixa pra trocar aos 15 mil kms "porque leu que sintético aguenta mais"...
Sim, sintético aguenta mais, porém se o fabricante já recomenda óleo sintético com troca a cada 10 mil km de uso normal, esse óleo TEM QUE ser trocado a cada 5 mil pra uso severo, não interessa o que o frentista, o "mexânico" ou seu vizinho ou colega de trabalho diz.
Importante: Uso severo inclui (mas não se limita) "percursos curtos (motor trabalhando frio), tráfego intenso, uso constante de marchas baixas" e etc... Ou seja, 90% dos brasileiros acabam caindo em "uso severo" e não sabem disso... Até mesmo o tiozinho aposentado que "só usa o carro para ir na padaria e voltar" está fazendo uso severo, pois o carro só trabalha frio.
Algumas montadoras andaram fazendo a besteira de colocar nos manuais troca a cada 20 mil kms para óleo sintético, o que pra mim já é meio excessivo (no máximo uns 15 mil kms, e olhe lá, especialmente considerando a qualidade da nossa gasolina), daí os donos que não lêem manual trocam a cada 20 mil mesmo, quando deveriam trocar a cada 10 mil. E as concessionárias seguem cegamente o que o manual diz pra uso normal, ninguém pergunta pro dono ao fazer revisão se é uso severo ou não. Pra piorar, alguns motores se mostraram mais sensíveis, como o do Marea e Brava. Daí, temos o resultado: Uma leva de motores entupidos de borra com menos de 50 mil kms.
Finalizando: Use o óleo correto, na dúvida troque na metade da km e seja feliz...